Picolé

Bom dia, pessoal.

Quase todo domingo, passa um vendedor de picolés a minha porta, já que moro em uma região bastante quente, parece que o sol está bem mais pertinho, sempre apreciamos esta visita do vendedor à rua. 

Daí, em uma conversa breve com ele, minha mãe me contou alguns fatos. Lembrei-me, assim, e comentei: há alguns meses, tive uma paciente que comentou em um relato bem triste as dificuldades semelhantes que a família tinha, quando a única renda em alguns meses era provinda do carrinho de picolé. "Se chove, o carro atola, ninguém quer comprar, se isso, se aquilo, mas a gente tenta, sai mesmo assim, moça." - Dizia ela. 

Então, basta alguns cálculos que -definitivamente- preferiríamos não fazer, ou que não fosse a realidade de nenhuma pessoa, conhecida ou desconhecida. O ganho sobre a venda do picolé é de 10 centavos, logo é preciso vender 10 para receber 1 real. Não vou me delongar, cada um faça as comparações, mas  uma sugestão é: comece por quantas vezes 01kg de feijão (elemento básico da mesa brasileira) já chegou a nove ou dez reais? Quantos picolés.

Só que o melhor mesmo, omotivo deste post é uma observação: como o vendedor fica satisfeito ou agradecido visivelmente por um ou dois picolés comprados. Claro, é o sustento dele, (vocês podem me dizer), mas está ali, faz o seu relato, neste domingo de um sol esplendoroso e calejante, para trabalhar e, ao menos, conosco, não reclama, só agradece. E deste pequeno relato, não fica apenas a lamentável realidade de muitos, muitos mais de nós Brasileiros do que gostaríamos, não ficam apenas os cálculos escandalosos, a dureza de vida.

Fica mesmo é a ideia de que ser agradecido é uma arte a ser aprendida e reclamar é uma arte a ser esquecida.

Aproveite esta semana, seja mais agradecido, reclame menos, faça mais. Sempre há uma chance enquanto puder pensar enquanto puder fazer; então, faça algo a mais, por você e por alguém. 

Boa semana.