Boa noite,
Desta vez, não fui tão 'tratante': prometer que iria voltar a escrever brevemente para página e passar um ano de lapso; na verdade, não escrevi na última semana apenas por uma questão de rotina, precisei dar um tempo para ajustar, aliás, afinar os pensamentos.
A propósito, este post, é em parte sobre tempo.
Eu ia utilizar para este escrito, uma foto de uma pequena viagem que fiz, durante o fim de semana, e que, na verdade, o motivou. Agora percebo que fiz mais do que uma viagem, fiz duas, três...Uma viagem de nostalgia, uma viagem no tempo por meio do pensamento, uma viagem para dentro de mim.
E já que este não seria o post desta semana; no próximo, que se chamará "Escape", portanto, colocarei as fotos de minha pequena viagem.
Após esta longa introdução...
2020 tem sido um ano muito significativo. Muitos que lerem isso podem dizer: "deve estar louca...lá vem mais uma com lição altamente otimista querendo transformar tudo em positividade". Claro que não está sendo um ano dentro dos meus 'conformes', aparentemente, nos de quase ninguém, e é aí mesmo que eu quero chegar. Tive muitos e diferentes momentos de reflexão durante este ano, mais de seis meses de uma pandemia dentro de outras e tudo parece distinto e ao mesmo tempo igual; entretanto algo têm sido bem comum: saturamos.
Por razões diversas, levados ao esgotamento por muitas maneiras, alguns só pelo distanciamento em si, outros, de fato, levados à exaustão, física e, mais ainda, mental. Muitos obrigados a se encarar, pela primeira vez. E quase nada obrigado é bom, e muitas das primeiras vezes também podem não ser.
E, dentro deste contexto que nos é comum, em uma balança de emoções, sentimentos, frustrações e algumas razões, ecoou gritante a necessidade de me reconectar. Diferentemente do sentido que esta palavra toma mais fácil hoje, aliás, praticamente oposta, propus-me uma reconexão comigo, exercer o que muitos livros, lições e pessoas chamam de "Tempo de qualidade", expressão esta que, por sinal, gosto muito, tanto quanto o que ela significa.
Assim, aproveitei que estava negativada para covid (sim, precisamos ser precavidos), que faria um mês da morte da minha avó e que dois dias antes era o aniversário do meu avô, fui até o sítio onde ele vive, das raízes da minha família. Fui ao coração do Sertão, neste ambiente de solo ressequido, galhos tortuosos que há mais de dez anos eu não pisava os pés, foi neste lugar, onde eu me reconectei, com pouco e com tudo ao mesmo tempo.
Sem floreios, com alguns bordões, reconectei-me em um momento intimista comigo, com o meu passado, com os meus amores de vida, e com eles eu pude me dar o que eu precisava mesmo, em um 2020, que tantos parecem precisar de tanto para se sentir vivo, eu só precisava de uma lembrança, de alguém que - provavelmente sem saber - me ensinou as seis perfeições pregadas pelo budismo, antes que eu pudesse ter qualquer contato com qualquer filosofia (vide foto).
Alguém me mostrou novamente o caminho, para trilhar esses outros meses difíceis que ainda virão e muitos outros, nesta vida. Com essa pequena ajuda, do sangue do meu sangue, debaixo de um sol escaldante em um céu anil, eu soube que só precisava parar um pouco, respirar a paz.
P.S.: I) Assim, eu me reenergizei.
II) Para ganhar força, eu precisei parar.
III) E depois de parar só um pouco, eu consegui reacessar o necessário em mim, para me esforçar a continuar paciente, a praticar a generosidade, ser ética em cada pedaço de vida, a meditar para minha evolução pessoal na busca da sabedoria que cada tempo guarda.
IV) Esta foto foi tirada por mim para o Instagram de amenidades - meu e de minha amiga Maryna -, @quotadiaria, no Reveillon, em outro sítio longe do meu lugar, logo do começo deste ano. Eram exatamente o que enviei ao universo enquanto frequência e cá estamos, outubro, necessitando do mesmo para resistir com a mesma delicadeza.
V) O sertão é mesmo inspirador.
VI) Obrigada aos meus avós, a natureza.
VII) No próximo, haverá continuação.
Excelente semana.
O caos tende a revelar tantas habilidades adormecidas e até habilidades que nem sabíamos da existência, se permitirmos, abre também tantas portas no nosso coração....
ResponderExcluirTudo que estamos vivendo revelou a beleza do maior reencontro de todos: o que fazemos com nosso próprio ser. O exercício diário, com consciência, das perfeições simplesmente nos ilumina e clareia tudo ao nosso redor... Somos, então, levados a viver a intensidade de cada momento; a perceber a riqueza do simples, a valorizar os detalhes .... Nossa, e quanto isso preenche e encanta ...
P.s.... Adorei o link com o livro No coração da vida ;)
Fantástico.
ResponderExcluirBri! Texto lindo e necessário como toda vez, e ainda me encanto como você escreve de um jeito que nos leva para dentro daquele sentimento. Sem comentários para a foto das seis perfeições, livro perfeito que me indicou e levo na vida. Fico feliz que você se reconectou, e foi no sertão.
ResponderExcluir- Sua amiga Maryna
A arte do eterno aprendizado;
ResponderExcluirAmadurecimento em meio ao sertão seco onde o nada pode se tornar tudo!
Otima reflexão, as vezes apenas necessitamos parar para enxergar a verdade. (respirar paz)
Muito bom! E antes de parar, é preciso se permitir.
ResponderExcluirVou resumir este comentário em uma das palavras/sentimento que considero mais lindo: Gratidão! Obrigada por compartilhar este teu singelo e especial momento consigo mesma. Lembrei-me a única viagem(em nível físico e geográfico) que eu gostaria de fazer este ano, no meio de tudo isso que estamos vivendo, era o interior da minha vó. Se Deus quiser, ainda terei oportunidade de visitar aquele lugar de tanta paz, ainda esse ano. Plus, e eu pensei que não ia me demorar tanto no comentário kkk , tenho sido muito encantada pelo observar da transformação a que somos submetidos quando olhados para dentro. Não que a gente não saiba disso, porém, neste mundo de correrias, pouco conseguimos reconhecer a necessidade de "parar" e nos de fato, nos permitir essa viagem interior, este "tempo de qualidade" para conosco.
ResponderExcluir